Humberto Maturana um diálogo com a sociologia

29-05-2010 11:06

 

BIbliografia

Maturana concluiu seus estudos no Liceo Manuel de Salas em 1954 para logo ingressar na carreira médica da Universidade do Chile. Em 1954 seguiu para a University College of London para estudar anatomia e neurofisiologia, graças a bolsa da Fundação Rockefeller. Em 1959 obteve o Doutorado em Biologia pela Universidad Harvard, nos Estados Unidos.

Posteriormente, registrou pela primeira vez a atividade de uma célula direcional de um órgão sensorial, junto ao cientista Jerome Lettvin do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT). Pela condução desta investigação ambos foram candidatos ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, ainda que não obtivessem a premiação. Em 1960 voltou ao Chile para desempenhar a função de professor adjunto na disciplina de Biologia da Escola de Medicina da Universidade do Chile. Fundou o Instituto de Ciências e a Faculdade de Ciências da Universidade do Chile em 1965.

Em 1970 criou e aprimorou o conceito de Autopoiese, que explica como se dá o fechamento dos sistemas vivos em redes circulares de produções moleculares, em que as moléculas produzidas com suas interações constituem a mesma rede que as produziu e especificam seus limites. Ao mesmo tempo, os seres vivos se mantém abertos ao fluxo de energia e matéria, enquanto sistemas moleculares. Assim, os seres vivos são "máquinas", que se distinguem de outras por sua capacidade de auto-produzir-se. Desde então, Maturana tem desenvolvido a Biologia do conhecimento.

Em 1990 foi designado Filho Ilustre da comunidade de Ñuñoa (Santiago do Chile). Além disso, foi declarado doctor honoris causa pela Universidad Libre de Bruselas. Em 1992, junto ao biólogo Jorge Mpodozis, gera a idéia da evolução das espécies por meio da deriva natural, baseada na concepção neutralista de que a maneira em que os membros de uma linhagem realizam sua autopoiese se conserva transgeracionalmente, em um modo de vida ou fenótipo ontogênico particular, que depende de sua história de interações, e cuja inovação conduziria a diversificação das linhagens. Em 27 de setembro de 1994 recebeu o Prêmio Nacional de Ciência no Chile, graças a suas investigações no campo da percepção visual dos vertebrados e a seus modelos conceituais a respeito da teoria do conhecimento.

É co-fundador e docente do Instituto de Formação Matríztica, em Santiago de Chile, onde trabalha com Ximena Davila (co-fundadora e docente) no desenvolvimento da dinâmica da Matriz Biológico-cultural da Existência Humana. A proposta do instituto é explicar as experiências desde as experiências, como um fazer próprio do modo de viver humano (cultura), em um fluir no entrelaçamento do linguajear e do emocionar (conversar), que é desde onde surge todo o humano.

O resgatar as emoções dentro duma deriva cultural que tem escondido as emoções, por ir contra da razão, é uma das aberturas de olhar propostas por Maturana, pois dá conta que a deriva natural do ser humano como um ser vivo particular, tem um fundamento emocional que determina esta deriva. O amor é a emoção que sustenta, funda o humano em tanto é o fundamento da recorrência de encontros na aceitação do outro, como legitimo outro que da origem à convivência social e por tanto à possibilidade de constituição da linguagem, elemento constitucional do viver humano. O AMOR é a emoção que sustena e permite o surgimento do humano, uma vez que é o fundamento da recorrência dos encontros na aceitação do outro, da outra como legítimo outro(a); dando origem, portanto, a convivência social e a possibilidade da constituição da linguagem, considerada um elemento consitucional do viver humano e somente do viver humano.

"Dizem que nós, seres humanos, somos animais racionais. Nossa crença nessa afirmação, nos leva a menosprezar as emoções e a enaltecer a racionalidade, a ponto de querermos atribuir pensamento racional a animais não-humanos, sempre que observamos neles comportamentos complexos. Nesse processo, fizemos com que a noção de realidade objetiva, se tornasse referência a algo que supomos ser universal e independente do que fazemos, e que usamos como argumento visando a convencer alguém, quando não queremos usar a força bruta." (extraído do livro "A Ontologia da Realidade" de Humberto Maturana - Ed. UFMG, 1997)

[editar] Bibliografia

[editar] Livros

  • MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco (1984). A árvore do conhecimento - As bases biológicas do conhecimento humano. Campinas: Ed. Psy, 1995. São Paulo: Ed. Palas Athena, 2004. Original em espanhol traduzido por Humberto Mariotti e Lia Diskin. [1]
  • MATURANA, Humberto. La objetividad – Un argumento para obligar. Santiago de Chile: Ed. Dolmen, 1997.
  • MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. De máquinas e seres vivos. Autopoiese, a Organização do Vivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
  • MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. Autopoiesis and Cognition: The Realization of the Living Boston Studies in the Philosophy of Science. Paperback, 1991.
  • MATURANA, H.R., Erkennen: Die Organisation und ver Koperung von Wiklichkeit. Friedr. Vieweg & Sohn Braunschweig. Wiesbaden, 1982.
  • MATURANA, H.R. Biologia de la Cognicion y Epistemiologia. Ed. Universidad de la Frontera. Temuco, Chile. 1990.
  • MATURANA, H.R., K. Ludewig. Conversaciones con Humberto Maturana: Preguntas del Psicoterapeuta al Biologo. Ed. Universidad de la Frontera. Temuco, Chile. 1992.
  • MATURANA, H.R., La Democracia es una Obra de Arte. Coleccion Mesa Redonda. Ed. Linotipia Bolivar y Cia. de Bogota. 1994.
  • MATURANA, H.R. Origen de lo Humano en la Biologia de la intimidad Ed. Instituo de Terapia Cognitiva, Santiago. (In Print. I have a first draft).
  • MATURANA, H.R., Verden-Zoller, G. Amore e Gioco Ed. Marsilio, Venecia. (In Print).
  • MATURANA, H.R., Kurt Ludewig. Reflexiones y Conversaciones. Coleccion Instituto de la Família. Ed. FUPALI. Cordova. 1994
  • MATURANA, Humberto R e POERKSEN, Bernhard . From Being to Doing, The Origins of the Biology of Cognition. Paperback, 2004. Tradução em espanhol: Del Ser al Hacer.
  • MATURANA, Humberto R., VERDEN-ZOLLER, Gerda e BRUNNELL, Pille. The Origins of Humanness in the Biology of Love. Paperback, 2009.
  • MATURANA, H.R., Verden-Zoller, G. Liebe und Spiel, die Vergessene Grundladge des Menschlichkeit. Carl Auer Verlag, Hamburgo. 1993. Appeared also in Spanish:
  • MATURANA, Humberto R. Desde La Biologia a la Psicologia. Paperback, 2004.
  • MATURANA, Humberto. Sentido de Lo Humano. Paperback, 2009.
  • MATURANA, Humberto. A Ontologia da Realidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1997.
  • MATURANA, H. Emoções e linguagem na educação e na política. Emociones y Lenguaje en Educación y Política Belo Horizonte: UFMG, 1998.
  • MATURANA, H. La realidad: ¿objetiva o construida? I: Fundamentos biológicos de la realidad. Barcelona: Editorial Anthropos, 1996a.
  • MATURANA, H. R. La realidad: ¿objetiva o construida? II: Fundamentos biológicos del conocimiento. Barcelona: Editorial Anthropos, 1996b.
  • MATURANA, H.; REZEPKA, S. N. Formação e capacitação humana. Petrópolis: Vozes, 2002
  • MATURANA, H.; VERDEN-ZÖLLER, G. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. São Paulo: Editora Palas Athena, 2004.
  • MATURANA, H. "Biology of language: The epistemology of reality," in Miller, George A., and Elizabeth Lenneberg (eds.), Psychology and Biology of Language and Thought: Essays in Honor of Eric Lenneberg. Academic Press: 27-63. 1978
  • MATURANA, H. "Man and society" in Benseler, Hejl, and Köck: 11-32.1980
  • MATURANA, H. "Ontology of Observing, The biological foundations of self-consciousness and the physical domain of existence" Conference Workbook: Texts in Cybernetics, American Society For Cybernetics Conference, Felton, CA. 18-23 October, 1988.
  • MATURANA, H. "REALITY: The Search for Objectivity or the Quest for a Compelling Argument" The Irish Journal of Psychology 9: 25-82. 1988
  • MATURANA, H. "The origin of the theory of autopoietic systems," in Fischer, H. R. (ed.), Autopoiesis. Eine Theorie im Brennpunkt der Kritik. Frankfurt: Suhrkamp Verlag. 1991
  • MATURANA, Humberto R. e MPODOZIS, Jorge. De l'origine des espèces par voie de la dérive naturelle. La diversification des lignées à travers la conservation et le changement des phénotypes ontogéniques. Paperback, 1999.
  • FONSECA, João D. Autopoiesis: Uma introducao as ideias de Maturana e VarelaCreateSpace, 2008 (ver Amazon).
  • MELERO, Miguel Lopez. Conversando Con Maturana De Educacion. Paperback, 2009.

—————

Voltar